19 janeiro 2006

Lula aguarda o veredicto dos Simpsons

É claro para qualquer pessoa com um mínimo de discernimento que a imensa maioria da imprensa brasileira é tendenciosa, isso não é difícil de enxergar. Mas, ao que tudo indica, está havendo um esforço enorme para deixar isso evidente também para a ala dos completamente ignorantes, aqueles que mal sabem ler, escrever ou assinar o próprio nome. E eu que até simpatizava com a "novata" Cristiane Pelajo... Bem, ela é apenas uma simples funcionária, não é?

Há alguns dias, assistindo ao "Jornal" da Globo, quase tive uma crise de riso ao observar os dois âncoras - no caso, a já citada gatinha com cara de surfista e o mordomo assassino que virou jornalista. Foi hilário vê-los insinuando críticas ao governo federal por ter quitado débitos com o FMI, apresentando até entrevista com o diretor da instituição e tudo; deveria ter sido deprimente, mas meu cinismo não assim permitiu. Já gostei mais do presidente, obviamente, mas, analisando friamente, ele jamais poderia agradar a todas as expectativas. Só que a campanha global para trucidar a imagem do governo chegou a um nível ridículo, constrangedor mesmo. E eu me achava um cínico...

Emir Sader, em um texto curto e coerente, na Caros Amigos (edição número 105), dá uma rápida explicação sobre a direita brasileira, que sempre dominou o Brasil. Uma noção básica do problema que o Lula arranjou quando assumiu a presidência da república.

O que o governo fez merece aplausos, é óbvio, foi uma atitude corajosa, coisa rara de se ver em política, principalmente se tratando desse país. É incrível como a imprensa insinua, sem nenhuma argumentação convincente para alguém que tenha mais de oito anos de idade, que o governo cometeu mais um grande equívoco. Parabenizo o William Bonner, que, em uma crise de sinceridade, abriu o jogo e imbecilizou os telespectadores globais, comparando-os a Homer Simpson - sim, o do desenho animado.

06 janeiro 2006

Descanse em Paz

Para onde ele foi não tenho como saber com certeza, mas a intuição me obriga a especular, me faz ter o desejo de imaginar o que não possui um roteiro definido. É improviso, um trabalho de redator amador, uma ilha de edição precária, não se conhece sequer o local para início de perseguição. O novo ciclo sinaliza o grande sacrifício, afastamento, crescimento através de uma nova dor. Sempre a dor. Não existe mais nenhum estímulo para procurar satisfazer terceiros, nunca foi o foco mesmo; que o velho ciclo descanse em paz. Vai se fazer presente em breve a mais radical das mudanças, que não é nada além de assumir a verdadeira ambigüidade, ser, apenas ser. Novas conquistas, frustrações diferentes, textos cada vez mais infames. Se vier isso, então está ótimo. Talvez até sobre tempo para assistir algo tipo a nova edição do Big Brother Brasil, mas certamente terá que ser feito longe de qualquer corda e cadeira. Bem, vale o desafio, não são somente coisas interessantes que habitam nesse planeta, aliás, coisas atraentes por aqui estão tão raras que seria melhor refazer a frase. Serão abraços fortes e curiosos em grandes aeroportos, mudanças climáticas - obviamente a coleção de casacos aposentada voltará a ter utilidade. Muitos espirros extras, diversos pedidos de informações, vários deles completamente óbvios, mas para quem estará perdido e pulsando de tesão... Novas reuniões marcadas pela presença de rostos que outrora apenas habitavam o imaginário. Assim será a próxima página. Descanse em paz.

02 janeiro 2006

Este lugar

Estou chegando a uma conclusão - que até deveria ser óbvia para alguém como eu, mas, por motivos diversos, acordei: não aguento mais Salvador. Vou ter que sair daqui, pelo menos por um bom tempo. É incrível como me toquei do quanto determinados lugares me cabem melhor do que aqui.