27 setembro 2007

A Inspiração Está de Férias

Como estou sem a mínima paciência para escrever, mas não quero deixar esse blog muito tempo parado, estou pensando em postar um texto de meu amigo Clóvis Struchel, chamado “Dois Lexotans”. Meu caro menino prodígio, se manifeste, me autorizando ou não.

Talvez eu coloque também um texto chamado “Marina”, de Paula Berbert, que é genial. Vou aguardar também a autorização da dita-cuja-fofíssima-queridíssima-cada-dia-mais-tatuada.

Aliás, tem outra certa Paula que manifestou vontade de escrever um texto sobre um domingo muito especial e tal... Estou pagando para ver. Caso eu veja, publico aqui, com a devida autorização.

“Porqueeeeee... Agneeelo... Te fez escreveeer... E comiiigo você não escreeeve”...

14 setembro 2007

Novo Velho Ciclo

Estou exausto psicologicamente, apesar de feliz. Foi uma atitude consciente, mudanças de ciclo normalmente são interessantes, mas acabei por me afastar demais de Angelo – Matriz. Vou analisar novamente algumas situações, reabrir algumas verdades adormecidas na caixa; elas nem sempre são convenientes. Bem... Quem vive de conveniência é loja de posto de combustível... Logo... Mãos à obra.

05 setembro 2007

Mensagens de Amor Corporativas

Oito e trinta e dois da manhã. Cheguei à empresa, ainda com os olhos inchados de uma noite mal dormida, e dou de cara com a minha equipe me olhando, todos com um sorriso maroto no rosto.

- O que houve, pessoal? Por que estão todos me olhando com cara de “hihihihihihihihi”?

Nossa secretária, meio sem jeito, falou baixinho:
- Angel, sua namorada sabe que o número desse aparelho aqui é o da empresa?
- Como assim?
- Ela sabe que esse número não é o seu, mas sim o que utiliza pela empresa? Enfim, ela sabe o número do seu celular particular?
- Sei lá, acho que sim... Por quê? Bem, o número do meu celular ela sabe, né? O da empresa, eu não posso garantir... Por que, mulher?
- Ah... Nada não...
- Nada não? Qual é? Não nasci ontem...

Nesse momento, Paulinho, o gerente de atendimento, me chama e também fala baixinho e rindo:
- Angel, o negócio é o seguinte: ela chegou aqui as oito da matina e checou os computadores, e-mails, ligações recebidas no telefone fixo e nos celulares da empresa, como faz todos os dias. Nesse aparelho tinha duas mensagens de sua namorada.
- Ahn?
- É...
- E o que diziam essas mensagens?
- Acho melhor você ler. Espero que não se importe, mas tivemos que ler, só que eu não permiti que apagassem até você chegar e dizer o que a gente deveria fazer...
- Putz...

Fiquei imaginando se minha querida namorada não estava “inspirada” e resolveu contextualizar em palavras quentes a sua “inspiração”...
- Paulinho?
- Oi...
- Ela falou alguma sacanagem?
- Não... Hahahahahahah! Imaginei que iria perguntar isso...
- Quem leu essas mensagens?
- Eu e Simone...
- Certo...
- Mas não tem nada demais, não. São duas lindas mensagens de amor, nada mais do que isso.
- É?
- É.
- Melosas ou sérias?
- Como assim, “melosas ou sérias”?
- Man... Você entendeu, né?
- Não, Angel... Não entendi...
- Ela usou linguagem debilóide típica de namorada com dengo ou foi algo sério?
- Ah, sim... Foi sério. Por quê? Você não gosta de dengo?
- Porra, man, lógico que gosto. É uma delícia... Mas vou falar sobre a “goiabice” que ela fez e tenho certeza de que ela terá um troço quando se tocar. Mas como ela não falou nem sacanagem e nem dengo retardado, acho que não vai se sentir tão boba.
- Hahahahahahaha! Verdade, ela vai querer se esconder debaixo da mesa da cozinha...
- Na verdade, ela nunca mais vai querer pisar aqui...
- Que bobagem... Foram mensagens lindas. Cheguei a ficar inspirado... Aliás, você não vai ler?
- Cara... Vou sim, claro!

Comecei a ler a primeira mensagem e o meu telefone tocou, desviando a minha atenção. Resolvi apagar logo. Na verdade, mal li o conteúdo porque não tive tempo de prestar atenção.

Ao meio do dia, mandei um e-mail para ela, contando sobre o belo trabalho de endomarketing amoroso que ela tinha feito. Eu já a imaginava entrando em pânico de vergonha, mesmo sendo todo esse engano uma bobagem.

Às 11h39min da manhã, o meu telefone tocou. Era ela. Não pude atender, mas me deu vontade de rir. Eu sabia que ela faria um escândalo e se xingaria durante uma semana. Abri minha caixa de e-mail. E-mail dela. Frase em negrito, com letras enormes: “Que vergoooooooooooooooooooooooooooooonha! Faleci!"

Retornei a ligação às 14h31min.

- Angelo, eu não acredito que fiz isso! Não é possível! Como fui confundir o seu celular com o da empresa? Meu Deus! Eu não existo!
- O que é que tem? Foi fofinho... Agora a empresa inteira sabe o quanto você me ama... Hehehehe...
- Meu Deus! Nunca mais piso lá!
- Deixe de bobagem... Tudo bem que foi a goiabice do século, mas eu também sou desligado, o que é que tem de mais?
- O que tem de mais? Oras, é um celular de empresa, seu mongol!
- E daí? Pior é se você escrevesse sacanagem, o que não teria nada demais, só que seria mais engraçado ainda... Hehehehehe.
- Você acha graça, né, seu porra?
- Baby, quer que eu chore?
- Hahahahahahaha! Não, seu idiota! Só que estou me sentindo ridícula!
- Bem, pode estar certa de que já fiz coisa muito pior, aliás, estando com você mesma, e nem nos tocamos... Desencana!
- Tá, mas vou levar um bom tempo sem ir lá, na moral...
- Boba
- Boba o caralho...
- É sim, muito boba...
- Angelo...
- Diz...
- Vai se foder...
- Só isso?
- Só...
- Tá, baby, vou voltar ao trabalho, ok?
- Ai que ódio...
- Tá, também adoro você...
- Estou de mau humor...
- Pois a empresa inteira ficou de muito bom humor ao ler suas palavras...
- Vai se foder!
- Você já disse isso...
- Então vá, porra!
- Agora não dá, tenho que trabalhar...
- Humpf! Você está se divertindo, né?
- É...
- Heheheheheh! Angelo, você é ridículo...
- Já ouvi isso antes...
- Tá bom... Beijo. Hihihihihihih! Não tô acreditando que fiz isso...
- Acredite... Um beijo.