13 janeiro 2011

Caralho, cedi a pressão alheia e entrei no facebook e no twitter, tudo de uma vez só. Mais tempo para eu perder em frente a máquina...

12 novembro 2010

Tom

Tom faleceu em um acidente de moto, em um contexto estranho de tão óbvio. Isso faz pouco mais de um mês, mas a ficha só caiu há uma semana. É estranho. Tinha muito tempo que eu não o via, mas há muito tempo éramos amigos.

Tom era inteligente o suficiente para ter uma vida incômoda, idéias confusas e, justamente por isso, às vezes ficava inerte, perdido. Era um cara simples, de bom coração, uma pessoa de fácil convivência. Ainda assim, era louco. Um maluco romântico que gostava de poesia; soltava uma gargalhada hilária quando ficava bêbado.

Tenho lembranças interessantes do meu amigo. Ele já me convenceu a parar de correr na pista da orla, no meio do meu horário de ginástica, para tomar cerveja em um lugar chamado "Favelinha". Já me convenceu a escrever (pelo menos tentar) poesia, que é algo que não domino de jeito nenhum, sequer gosto. Já me convenceu a aparecer quando eu andava sumido. A andar descalço com ele na areia da praia com um corte gigante na sola do meu pé. Tom já me convenceu de muitas coisas que eu só fiz porque ele me induziu a fazer. Tinha facilidade em ser convincente, sem nunca ter se esforçado para ser assim.

Fico pensando se ele foi cedo demais, mas ao mesmo tempo, o imagino sentado comigo me convencendo que não, que não existe “cedo demais” ou “tarde demais”. É apenas acaso, um acaso óbvio, mas que não costumamos pensar no dia a dia. Não existe nada mais óbvio do que sofrer um acidente fatal pilotando uma motocicleta. Só que quando estamos em cima de uma delas, é a última coisa que a gente pensa.

“Tom não tinha que morrer desse jeito”, foi o que pensei quando a ficha realmente caiu. Mas como é que deveria ser? Existem formas de morrer tão melhores assim? Isentas de dor? Será que ele sentiu algo ou foi instantâneo?

Tenho me feito essas perguntas buscando a certeza de que ele está bem, mesmo que ele não esteja em lugar nenhum. Vou aguardar ele invadir o meu sonho para me convencer mais uma vez.

25 março 2010

Não aguento mais o calor infernal que tomou conta de Salvador de dois anos para cá. Somando isso ao trânsito "paulista" daqui, foi feita uma conbinação deliciosa: engarrafamentos com 34 graus de média elimina o famoso bom humor do baiano.

Espero que o dr Molion esteja certo quando ele afirma que o planeta não está aquecendo, e sim esfriando.

14 fevereiro 2010

Ontem

Doa da forma que for ou em quem for, verdade é para ser vivida e não sonhada ou desejada. Quem sonha demais não realiza direito e quem deseja durante muito tempo é acomodado, pois se não fosse já estaria desejando algo novo, já que o passado foi realizado.

26 janeiro 2010

Impaciência

O que me cansa de verdade não é neguinho fazer merda ou cometer os erros absurdos que às vezes cometemos. É o cidadão não fazer nada, não tentar, não se permitir errar. Me irrito mais ainda com os que erram e não conseguem aprender nada, e pior, não possuem senso de humor para rir da situação e melhorar.

Tem o tipo que acha que não erra, mas sim, acerta pela metade. E tem o tipo que acha que nunca erra, é sempre mal interpretado pela ignorância alheia.

Na boa, gente é muito chato.

25 dezembro 2009

Item insubstituível

É bem verdade que estar só é uma escolha e que ser uma pessoa solitária é algo muito mais complexo. Eu sempre gostei de ficar sozinho. É um exercício de autoconhecimento, as decisões e análises fluem com menos interrupções e não se contaminam por uma segunda opinião.

Mesmo que raramente eu me sinta solitário, certas ausências conseguem passar uma sensação de abandono incrível. É o que chamo de item insubstituível; eu já tinha noção de qual seria o meu, mas ainda assim, fico surpreso com a apatia que me causa a ausência da minha mulher.

Uma simples viagem, apenas vinte dias de ausência. Teoricamente é uma bobagem, mas na prática, as sensações infanto-juvenis de carência, isolamento e saudade, são tão bobas quanto reais.

Eu realmente sinto muita falta de Paula, sua ausência não me causa mal, mas me tira a empolgação para agir.

Bem, isso é amor, não é?

15 dezembro 2009

Rumo ao céu

A parte boa de descer ao inferno judaico-cristão é que não há mais nada de pior para vir - ou nenhum lugar mais profundo e obscuro para descer. Só resta o céu como opção, caso o inferno não pareça minimamente interessante.

Já consigo até sentir a brisa do vento e observar a corzinha azul do céu.

19 julho 2009

Madrugadas Chuvosas

A sonoplastia da chuva cria imaginárias notas musicais durante a insônia. O bom de conseguir manter a mente isenta de pensamentos é poder seguir o ritmo musical escolhido pela fusão entre a água e o vento. A natureza parece mandar exatamente o ritmo que eu tenho necessitado ouvir.

A noite dá uma aula de sons estranhos porque na madrugada chuvosa dá para fazer uma audição atenciosa do que não se é possível prestar verdadeira atenção durante o dia. Dá para obter respostas, formular perguntas, ter medos, superar os mesmos medos, planejar ou simplesmente ouvir o próprio corpo trabalhar.

Tem gente que procura um psicólogo, há quem busque uma religião, tem aqueles que fazem yoga, existem os que não fazem absolutamente nada e apenas aguardam um suposto ser superior mandar respostas e findar os tormentos da existência. E poucos se tocam que uma simples madrugada chuvosa pode resolver inúmeros problemas.

24 abril 2009

Vulgar Display Of Power

Esse álbum lançado em 1992 pertence a uma extinta banda chamada Pantera. Sempre gostei da postura agressiva e até confusa deles. Tentavam espalhar o caos, mas não sabiam o porquê, e isso era um dos poucos defeitos que eu via no grupo; não saber o motivo da existência do caos. Menos mau que era um defeito de postura, musicalmente eles eram impecáveis.

Ontem de noite ouvi Pantera depois de muitos anos e percebi que o título desse álbum tem muito mais a ver comigo do que um dia eu poderia imaginar.

02 abril 2009

Rumo ao Inferno

De malas prontas para São Paulo, estou tendo novamente que lidar com o meu medo estúpido de avião. O que me irrita nessa pseudofobia minha é que, com tantas coisas assustadoras – incluindo passar dez dias no inferno, ou melhor, São Paulo -, eu fico parecendo uma criança de três anos de idade quando vê um palhaço na frente dela ao adentrar na aeronave. Menos pior que a viagem é rápida.

Felizmente serão apenas dez dias, que é uma quantidade de tempo razoável para amar a metrópole. Se demorar um pouquinho mais, eu percebo porque nem o Diabo fica muito por lá. Aliás, o “coisa ruim” tem vários súditos na cidade, alguns inclusive são amigos meus.

Como todo bom inferno, muito rock and roll marcará presença na minha estadia lá; pelo menos, me planejei para isso. Como imagino que verei – e viverei - muitas coisas surreais na Sodoma e Gomorra corintiana, levo meu laptop para registrar o que eu conseguir lembrar; certamente a minha amnésia alcoólica deverá atacar em algum momento.

Rumo ao inferno.