21 julho 2005

Posso fazer uma outra coisa?

Nesse momento, somente esse corpo pode podar ou livrar-me totalmente. Correndo agilmente até as suas entranhas, eu me mostro. Sou felino, o meu totem está tão presente, meu cheiro é incrível, gosto do ócio para observar. Meus movimentos transcendem a sensualidade. Resiste ao meu olhar? Duvido. Pode até se segurar por orgulho social judaico cristão. Mas quero ver como se comporta ao me peitar de frente e eu sugá-la a ponto de você se deixar possuir; tudo mais o que isso possa representar. Cheirar-te de perto, desafiar. Passear a língua em teus pés, assistir seus cabelos escorrendo pelo rosto; ainda assim sem um beijo. Espírito e carne aflitos. A provocação pode ser apenas um comportamento infantil, meio bobo, mas as crianças são cruelmente sinceras.

Nesse momento você saberá o que é afeto, carinho, amor, sexo... Apenas animais... A fêmea no cio... O macho ensandecido pelo aroma forte. O desejo e a impaciência serão sanados.

Lembre-se: você me autorizou. Fui educado e pedi. Aceite e eu não devolverei: um pedaço de você me pertencerá.