16 março 2005

Amor

Aguardarei muito até tocá-la, o homem observa a mulher, necessidade de enxergar a verdade sobre a Deusa. Pertenço a ela e não o contrário. Shakti aguarda a minha chegada, respeitosa e imponente. A vagina sagrada recebe a consagração e em pouco tempo será uno. O sexo... Despretensioso... Apenas é... Uma conseqüência, fonte maior do que a energia de um corpo inteiro pode fazer surgir ao se juntar a outro. Não, não resume aos genitais... É o corpo, o espírito, fluidos, os olhos... Como os olhos são importantes... Brilhosos e majestosos. E todo Shiva se curva diante disso, o que é motivo de orgulho para ele. Não há porque ter vergonha, mas terá que ser devagar, sem finalidade, o orgasmo virá dos pés, dos ombros, dos lábios, das lágrimas e também dos genitais. Isso se vier... O prazer é mais importante, o corpo responde ao amor. Não existe escravidão diante do orgasmo. Se ele se fizer presente, independente da quantidade de vezes que apareça, que seja com a mente vazia, que a luz o receba e o corpo estremeça. A saliva e o cheiro da pureza. Uno. Sempre isso. O sexo é simples porque é a maior aproximação com a natureza. É onde se procria, se gera vida, se percebe o lado primitivo, se morre e se vive. O centro, um casulo a ser explorado. O ritmo se acelera aos poucos, para... Minutos de silêncio, os olhos se invadem de ambos os lados. Líquidos; sêmen, suor... Amor. A cura... Não só para a carne. A aura agradece.

Assim eu mato. Assim eu morro.