Poucas coisas são tão interessantes quanto um show do grupo É O Tchan – sim, a banda ainda existe. Fiz um evento corporativo recentemente e os contratamos para fechar a festa. Confesso que fiquei curioso para saber quem eram as novas dançarinas; na verdade, era a expectativa geral, visto que o público presente era noventa por cento masculino.
Na chegada do grupo, um segurança me pediu para mandar isolar a área de acesso ao camarim.
- Véi, tem que limar todo mundo, as ixtrelas vão passar por aqui!
- Relaxe, ninguém vai mexer com as garotas.
- Cê ta ligado, as mulé são o bicho, os cara gosta de mexê...
- Tranqüilo, mas relaxe, não vai acontecer nada.
Enfim, o evento era para o grupo IN, a imensa maioria dos funcionários da empresa é do sexo masculino - logo, o É O Tchan era uma estratégia.
No geral, a banda não está pior em relação ao que era na época de Carla e S(c)heilas; nem tinha como. O ponto positivo é que as dançarinas morenas são realmente bonitas, muito mais do que qualquer outra do passado. Ainda tem uma loira, que parecia um poodle tendo um ataque epilético em cima do palco. Os homens jogavam as camisas do evento para elas e, em seguida, as “ixtrelas” esfregavam no corpo suado, se limpando, e jogavam de volta para funcionários semi-bêbados.
Era legal assistir a isso, pena que meu celular não filma bem. Me senti em um filme de Almodóvar ou em 2001, Uma Odisséia no Espaço, faltando apenas os tacapes.
Não tenho nada contra pessoas ignorantes – no sentido geral da palavra – e nem contra dançarinas de pagode ou funk, não acho que posso julgar, cada um tem um gosto, mesmo que seja um péssimo gosto. Porém, assisto a cenas protagonizadas por algumas pessoas ligadas aos citados grupos e me pergunto se, durante a evolução do macaco até o homem, não restaram algumas espécies que ficaram no meio termo...
Enfim... Pelo menos a comida e a bebida eram de primeira e eu engordei uns três quilos nesse evento.